Boletim de Quarteira (BQ) - Como surgiu o gosto pelo canto?

Maria Inês (MI) - Quando integrei o coro juvenil S. Pedro do Mar. A partir daí, ramifiquei-o para o piano e mais tarde para a guitarra, mas as bases e todos os meus pilares construídos de forma sólida, dizendo assim, foram no coro.

BQ - Sabemos que te destacaste no Festival da Canção Diocesano. Para além disto, foste escolhida para ser protagonista na Escola de Verão do Filipe La Féria. Como é que te sentiste? Como foi a experiência?

MI - Foi uma surpresa, para ser sincera. Inscrevi-me para viver a experiência, porque o teatro musical ocupa, também, um lugar muito quentinho no meu coração e saber que ia viver esse sonho num dos maiores, senão no maior, Teatro português, fez-me sentir a experiência de forma completa, mas sempre muito real, isto é, sem expectativas. Eu não sabia sequer para o que ia, na verdade. Fui apanhada de surpresa quando me disseram que havia audições para papéis da peça. No entanto, fiquei muito feliz e orgulhosa.

BQ - Estudas Direito, mas a área artística está presente na tua vida desde sempre. Com tanto talento, já ponderaste investir neste meio de forma mais profissional?

MI - Escolhi Direito, porque, de facto, me identifico e gosto bastante, mas sempre reprimi muito a música e o meu lado artístico, por causa do medo e da insegurança que é ser músico, ou melhor, artista em Portugal. Hoje em dia, vejo essa realidade muito presente e quero investir nisso num futuro muito próximo. É a música que me espelha; que é o meu sítio e onde me encontro.

BQ - Que conselho darias a um jovem para o seu futuro?

MI - Provocar, agitar, participar, ser voz. Ainda que com medo, ir. Acho que o país e a sociedade têm falta disso e acho que é um papel muito dos jovens. Diria para lutarmos contra o marasmo e a estagnação. Este meu lado mais aventureiro e corajoso surgiu no escutismo. Existe, aliás, uma frase de Baden Powell, o fundador do movimento, que me motiva muito: “não é do sofá que veem as estrelas”. E realmente, não é!